sábado, 30 de julho de 2016

ASSALTO

Mattoso repercutindo: "Uma internautica amiga me contava sobre um cego
maltractado pela familia e torturado pela molecada perante a ommissão
geral, nesses interiores tupyniquins, o que me fez reflectir que a
ommissão, quando não a intenção de abusar, tudo faz parte do pacote
deshumano da humanidade, como demonstro neste video flagrado pelas
cameras de rua na Philadelphia, quando testemunhas nada fazem para
impedir que o cego seja assaltado e chutado. Si a isso sommarmos a dose
de masochismo proporcional ao natural sadismo social, teremos a formula
thematica para sonnettos como este meu, que integra o livro
DESILLUMINISMO, agora em edição do sello goyano Martello."





O CONJUGADO E O SUBJUGADO [sonnetto 3385]


Ser cego é ter, a menos, um sentido.
Ficar cego é chorar tel-o perdido.

Ser cego é superar algum limite.
Ficar cego é sentir-se rebaixado
ao cão que, outrora solto, a jaula habite.

Ser cego é compensar, tudo appalpando,
ouvindo e farejando, mais agudo.
Ficar cego é chupar, engolir tudo,
ouvir risada e as ordens de commando.

Ser cego é achar que ao cego se permitte
algum prazer. Ficar é, no solado,
lamber o pó, de alguem que, ao ver, se excite.

Ser cego é revidar. Eu não revido.
Fiquei, pois: levo o chute e nunca aggrido.


Sobre o methodo de escripta adoptado pelo auctor, accessem:
http://correctororthographico.blogspot.com.br

Contacto directo com o auctor: mattosog@gmail.com

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