sexta-feira, 30 de setembro de 2016

LÍNGUA


Mattoso recapitulando: "Em 1977 fiz um sonnetto marginal chamado SPIK
(SIC) TUPYNIK e em 1984 Caetano lançou a canção LINGUA no disco VELÔ,
mas isso não significa que eu tenha suggerido algo que Caetano
approveitou. Pelo contrario: eu é que era influenciado pelo tropicalismo
e quiz sonnettizar o hybridismo anthropophagico da cultura tupyniquim. A
citação de Caetano apenas me incluia entre outros representantes desse
mesmo eclectismo em que accabei transformando o sonnetto emquanto genero
classico que pode ser crassico, ou crassista em vez de classista. Aqui
repriso esses dois momentos."





SPIK [SIC] TUPYNIK (SONNETTO 2)




Rebel without a cause, vomito do mytho
da nova nova nova nova geração,
cuspo no prato e janto juncto com palmito
o baioque (o forrock, o rockixe), o rockão.
Receito a seita de quem samba e roquenrola:
Babo, Bob, pop, pipoca, cornflake;
take a cocktail de coco com cocacola,
de whisky e estrychnina make a milkshake.
Tem hybridos morphemas a lingua que fallo,
meio nega-bacana, chiquita-maluca;
no rolo embananado me embollo, me embalo,
soluço - hic - e desligo - clic - a cuca.

Sou luxo, chulo e chic, caçula e cacique.
I am a tupynik, eu fallo em tupynik.


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